sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Eucaristia,para revelar quem somos

"Nós somos muitos,mas formamos um só corpo em Jesus Cristo,nosso Senhor".

A Eucaristia é o principal sacramento da Igreja.Ela é tão importante para nós que não podemos viver sem ela.Celebrar a Eucaristia é fundamental para quem está no caminho do seguimento de Jesus,pois ela continua a fazer o que o Batismo iniciou: nossa incorporação em Cristo.Pela Eucaristia somos continuamente "regados" pela água do Espírito de Deus que nos faz permanecer ligados ao tronco que é Jesus e nos faz crescer e produzir frutos.Ela nos associa ao Senhor,à sua missão,aos seus irmãos,à sua cruz e ressurreição,ao seu amor ao Pai e à sua paixão pelo Reino de Deus.
Como memorial do Senhor,a Eucaristia nos coloca diante do momento decisivo da vida de Jesus: sua cruz e ressurreição.Na ceia Ele nos dá seu Corpo e Sangue como sinal de uma vida inteira entregue e doada pela humanidade e em fidelidade a Deus.Ao mesmo tempo,a Eucaristia é nossa principal forma de participação nesta vida do Senhor,que do nascimento à ressurreição se fez oferta e entrega.
A comunhão nos sinais memoriais da ceia,na verdade,no torna intimamente unidos a Jesus,em sua entrega,de tal forma que Ele continua a realizar em nós o que fez em sua vida terrena.Por outro lado,temos a oportunidade de participar da vida dele em cada ceia,para nos tornarmos sua presença atuante neste mundo,manifestanto por todas as pessoas o amor que ele nos dedicou e que nos enche de vida.
Este também é o sentido da comunhão,pois aquele que nos dá seu Corpo e Sangue,o faz para cumprir o que o apóstolo Paulo diz: "Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus" (Fl 2,5),ou ainda: "Eu vivo,mas não sou eu quem vivo,é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20).
Maior que a transformação do pão e do vinho em Corpo e Sangue do Senhor é a transformação da comunidade que se alimenta deles.Comendo e bebendo os dons consagrados nós somos transformados em Cristo.Revela-se em nós,pela Eucaristia,aquilo que somos: o sacramento do Cristo no mundo.

Eucaristia,para ressuscitar no amor

"Somos transportados da morte à vida,pelo amor dos irmãos."


Durante a Oração Eucarística,quem preside a celebração invoca o Espírito Santo sobre os dons e sobre as pessoas que vão comungar os dons consagrados: "E concedei que,alimentando-nos com o Corpo e o Sangue do vosso Filho,sejamos repletos do Espírito Santo".
A comunhão sacramental visa manifestar a prssença do Espírito em nós.Mas o Espírito do Ressuscitado se manifesta sobretudo quando nos dispomos a amar como Cristo.Para verificar se temos o Espírito do Senhor basta saber se,como cristão e como comunidade,estamos exercendo o amor de Jesus.
Na ceia da despedida Jesus nos deixou o mandamento do amor: "Amai-vos uns aos outros,assim como eu vos amei ".O amor de Jesus supera o sentimento adocicado e vazio da mentalidade atual.É amor de cruz,que vai até o fim,que não tem reservas.É coisa divina que nos é dada por ELE.
Essa chama,que é o amor de Deus,tem a força da vida.Tida como sinal de derrota e morte para muitos,a cruz se tornou,por causa do amor de Cristo,sinal de vitória e ressurreição para os que descobriram que amar como ELE é alcançar a vida plena.
A comunhão sacramental no Corpo e Sangue de Cristo é precedida pelos ritos de comunhão:a oração do Senhor,a oração da paz,o abraço da paz e a partilha do pão entre os irmãos,acompanhada pelo canto do Cordeiro de Deus.São manifestações claras da nossa disposição para o amor,antes de tomar parte da ceia.São provas de que queremos viver a vida nova que o amor de Cristo nos dá.
Aceitando viver em nossa vida esse mesmo amor,não só na celebração,mas também na vida,tomamos parte na vida ressuscitada d'Ele,dada a nós no pão e no vinho consagrados.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Curiosidades sobre a Hóstia

Certa vez, pensando sobre o “Sacramento da Caridade”, me fiz a seguinte pergunta: Por que será que costumamos associar “eucaristia” com “hóstia”. Fala-se em adorar a hóstia, ajoelhar-se diante da hóstia, levar a hóstia em procissão (na festa de Corpus Christi), guardar a hóstia… Uma criança chegou certa vez para a catequista e perguntou: “Tia, quanto tempo falta para eu tomar a hóstia?” (Referia-se à primeira comunhão).
Tive então a idéia de ir atrás da origem da palavra “hóstia”. Corri para um dicionário (aliás, vários), e me dei conta que esta palavra vem do latim. Descobri que, em latim, “hóstia” é praticamente sinônimo de “vítima”. Ao animal sacrificado em honra dos deuses, à vítima oferecida em sacrifício à divindade, os romanos (que falavam latim) chamavam de “hóstia”.
Ao soldado tombado na guerra vítima da agressão inimiga, defendendo o imperador e a pátria, chamavam de “hóstia”. Ligada à palavra “hóstia” está a palavra latina “hóstis”, que significa: “o inimigo”. Daí vem a palavra “hostil” (agressivo, ameaçador, inimigo), “hostilizar” (agredir, provocar, ameaçar). E a vítima fatal de uma agressão, por conseguinte, é uma “hóstia”.
Então, aconteceu o seguinte: O cristianismo, ao entrar em contato com a cultura latina, agregou no seu linguajar teológico e litúrgico a palavra “hóstia”, exatamente para referir-se à maior “vítima” fatal da agressão humana: Cristo morto e ressuscitado. Os cristãos adotaram a palavra “hóstia” para referir-se ao Cordeiro imolado (vitimado) e, ao mesmo tempo ressuscitado, presente no memorial eucarístico.
A palavra “hóstia” passa, pois, a significar a realidade que Cristo mesmo mostrou naquela ceia derradeira: “Isto é o meu corpo entregue… o meu sangue derramado”. O pão consagrado, portanto, é uma “hóstia”, aliás, a “hóstia” verdadeira, isto é, o próprio Corpo do ressuscitado, uma vez mortalmente agredido pela maldade humana, e agora vivo entre nós feito pão e vinho, entregue para ser comida e bebida: Tomai e comei…, tomai e bebei…
Infelizmente, com o correr dos tempos, perdeu-se muito este sentido profundamente teológico e espiritual que assumiu a palavra “hóstia” na liturgia do cristianismo romano primitivo, e se fixou quase que só na materialidade da “partícula circular de massa de pão ázimo que é consagrada na missa”. A tal ponto de acabamos por chamar de “hóstia” até mesmo as partículas ainda não consagradas!
Hoje, quando falo em “hóstia”, penso na “vítima pascal”, penso na morte de Cristo e sua ressurreição, penso no mistério pascal. Hóstia para mim é isto: a morte do Senhor e sua ressurreição, sua total entrega por nós, presente no pão e no vinho consagrados. Por isso que, após a invocação do Espírito Santo sobre o pão e o vinho e a narração da última ceia do Senhor, na missa, toda a assembléia canta: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus”.
Diante desta “hóstia”, isto é, diante deste mistério, a gente se inclina em profunda reverência, se ajoelha e mergulha em profunda contemplação, assumindo o compromisso de ser também assim: corpo oferecido “como hóstia viva, santa, agradável a Deus” (Rm 12,1). Adorar a “hóstia” significa render-se ao seu mistério para vivê-lo no dia-a-dia. E comungar a “hóstia” significa assimilar o seu mistério na totalidade do nosso ser para se tornar o que Cristo é: entrega de si a serviço dos irmãos, hóstia.
E agora entendo melhor quando o Concílio Vaticano II, ao exortar para a participação consciente, piedosa e ativa no “sacrossanto mistério da eucaristia”, completa: “E aprendam a oferecer-se a si próprios (grifo nosso) oferecendo a hóstia imaculada, não só pelas mãos do sacerdote, mas também juntamente com ele e, assim, tendo a Cristo como Mediador, dia a dia se aperfeiçoem na união com Deus e entre si, para que, finalmente, Deus seja tudo em todos” (SC 48).
Perguntas para reflexão pessoal e em grupos:
1. Quando você pronuncia a palavra “hóstia”, o que é que lhe vem de imediato na sua cabeça?
2. O que significa a palavra “hóstia”, vinda do latim?
3. Na nossa linguagem cristã, a palavra “hóstia” significa então o quê?
4. O que significa comungar a “hóstia”? 5. O que significa adorar a “hóstia”?

Curiosidade sobre a Eucaristia

Eucaristia


''Isto é o meu corpo que é entregue por vós''

A Eucaristia é o último dos sacramentos da iniciação cristã, o último dos sacramentos que nos inserem na vida do Cristo morto e ressuscitado, fazendo-nos plenamente cristãos. Trata-se do maior e mais sublime de todos os sacramentos, o Sacramento por excelência – o Santíssimo Sacramento!

Como falar deste sacramento é muito complexo, dada a riqueza e a pluralidade de facetas da Eucaristia, vamos seguir o esquema do Catecismo da Igreja Católica, comentando-o e aprofundando-o. Vamos iniciar precisamente citando Catecismo: O nosso Salvador instituiu na Última Ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue, para perpetuar no decorrer dos séculos, até ele voltar, o sacrifício da cruz, e para confiar, assim, à Igreja, sua amada esposa, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da glória futura” (CIC 1323).

Estas palavras resumem de modo admirável o sentido e a riqueza da Eucaristia. Já aqui é interessante observar algo muito importante: quando falamos em Eucaristia não estamos pensando primeiramente na hóstia e no vinho consagrados, mas sim na Celebração eucarística, isto é, na Missa, sacrifício eucarístico do Corpo e do Sangue do Senhor, para perpetuar no decorrer dos séculos, até que ele venha, o sacrifício da cruz! Então, a Eucaristia é a Missa!

Mas, que significa “missa”? Onde, nas Escrituras Sagradas, se fala nela?

No decorrer da história este sacramento teve vários nomes, cada um deles sublinhando um aspecto deste mistério tão rico. Primeiramente chamou-se “Eucaristia”, palavra grega que significa, “ação de graças”. O termo aparece muitas vezes o Novo Testamento e refere-se à bênção de ação de graças que tantas vezes Jesus pronunciou nas suas refeições com os discípulos: “E tomou o pão, deu graças (= eucaristizou), partiu e distribuiu-o entre eles, dizendo: “Isto é o meu corpo que é entregue por vós” (Lc 22,19); “O Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças (= eucaristizar), partiu-o...” (1Cor 11,23s).

Na religião dos judeus, a bênção de ação de graças era proclamação das obras de Deus: a criação, a redenção e a santificação. Israel dava graças pelas grandes obras do Senhor em seu favor. Por isso, os cristãos, cumprindo a ordem do Senhor Jesus, celebram a Ação de Graças a Deus pela sua grande obra: ter entregado o seu Filho desde a encarnação até a consumação na cruz, tê-lo ressuscitado dos mortos e o feito assentar-se à sua direita na glória. Assim, celebrar a santa Eucaristia é bendizer e agradecer a Deus por tudo que nos fez pelo seu santo Filho Jesus.

Outro nome dado à Eucaristia, já no novo Testamento, foi “Ceia do Senhor” (cf. 1Cor 11,20), porque este sacramento é a celebração daquela ceia que o Senhor comeu com os seus discípulos na véspera da Páscoa. Por um lado, aquela ceia era já a celebração ritual, em gestos, palavras e símbolos, daquilo que o Senhor iria realizar no dia seguinte: ele se entregaria totalmente na cruz, iria nos dar seu corpo e seu sangue: “Comei: isto é o meu corpo que será entregue na cruz! Bebei: isto é o meu sangue que será derramado por vossa causa!” Por outro lado, esta ceia sagrada, chamada Última Ceia, já antecipava a ceia das núpcias do Cordeiro, núpcias de Cristo ressuscitado com sua Esposa, a Igreja, na Jerusalém celeste:

“Felizes aqueles que foram convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro” (Ap 19,9). Participar da Ceia do Senhor é não somente participar da Ceia que Jesus celebrou como memorial de sua paixão, morte e ressurreição, mas também já antecipar, já saborear, na força do Espírito Santo, a ceia do Banquete celeste, quando o próprio Esposo, Jesus, será o alimento eterno para sua Esposa, a Igreja. Em outras palavras: é uma ceia que começa na terra e durará no céu, por toda a eternidade!

Mais um nome para este sacramento santíssimo: “Fração do Pão”. É um nome antigo, presente também já no novo Testamento, sobretudo nos Atos dos Apóstolos. Este rito de partir o pão, típico da ceia judaica, foi muitas vezes repetido por Jesus quando abençoava e distribuía o pão (cf. Mt 14,19; 15,36; Mc 8,6.19) e, sobretudo, na Última Ceia, quando ele partiu o pão. Através desse mesmo gesto, os discípulos reconheceram o Senhor ressuscitado: eles o reconheceram ao partir o pão (cf. Lc 24,13-35).

Por tudo isso, os primeiros cristãos usavam a expressão “fração do pão” para designar suas reuniões nas quais, na ceia, partiam o pão como Jesus e em memória de Jesus. Deste modo, os primeiros cristãos queriam revelar a consciência que tinham que todo aquele que come o único pão partido, pão da Eucaristia, que é o próprio Senhor ressuscitado, entre em comunhão com ele e forma com ele um só corpo, que é a Igreja: “O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Já que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão” (1Cor 10,16s).

Um outro nome, que era caro aos santos doutores da Igreja Antiga, sobretudo os de língua grega, era “Santa Synáxis”, que significa “assembleia”, “reunião”. Isto porque a Eucaristia é para ser celebrada pela Comunidade eclesial presidida pelo ministro ordenado. Onde a Comunidade se reúne para a Eucaristia, aí está a Igreja, povo de Deus reunido no único Espírito Santo, para oferecer o único sacrifício do Filho Jesus para a glória do Pai e salvação do mundo inteiro.